A Atari é uma daquelas empresas que despertam sentimentos positivos e muita nostalgia nos gamers. Basta relembrar as tardes perdidas em jogatinas incessantes para o carinho pela companhia aflorar — se você for mais novo, talvez tenha isso pela Nintendo, Sega ou PlayStation.
Para entender como está a situação atual da Atari, a Games Industry conversou com Todd Shallbetter, que entrou na empresa em 2005, quando ela empregava 490 funcionários em um escritório próprio em Nova York.
Como nós sabemos, em vez de consoles, o foco atual da Atari está nos jogos — e ela aproveitou as recentes mudanças que vêm acontecendo. "Nos afetou o declínio de muitas e grandes varejistas no mercado (...) Por isso tivemos que pagar um preço nisso", disse Shallbetter.
O preço pago pela Atari foi a demissão de vários funcionários e o congelamento de carreiras. Então, também foi necessária uma revolução dentro da empresa, já que ela não está acompanhando as novas gerações. Segundo Shallbetter, hoje o coração da Atari é formado por 11 pessoas veteranas que atuam dentro de um pequeno escritório — ainda em Nova York.
"Para nós, é um modelo que funciona. É um modelo de produção executiva: estamos contratando desenvolvedores e muitas outras funções", Todd explica o trabalho da empresa.
E o futuro?
Hoje, a Atari possui uma grande biblioteca de propriedades intelectuais formada por 40 anos no mercado de games. Entre essas propriedades, estão algumas das marcas mais famosas da história da indústria. Então, atualmente, a questão é como utilizá-las.
Ao visitar a sede, o pessoal da Game Industry notou várias novidades e games sendo trabalhados, como o Alone in the Dark: Illimination, Asteroids Outpost, Rollercoaster Tycoon para gadgets móveis, um app chamado Atari Fit e um Pridefest com temática LGBT — nesse jogo, os gamers podem customizar a sua própria Parada Gay.
Um dos pontos que a entrevista toca é: a Atari tem uma fama inegável, mas o que isso significa em 2015?
Shallbetter é quem tenta responder: "Nós tentamos aumentar o alcance da marca no mercado. Hoje, o grande desafio é fazer os nossos IPs e games serem relevantes para uma audiência menor. Enquanto muitas crianças e jovens conhecem a nossa marca, eles não a propagam necessariamente".
Por isso, pode ser que a Atari não tenha mais inúmeras chances de prosperar no mercado. Atualmente, ela tem dois jogos ambiciosos: Alone in the Dark e Asteroids. "E nós gostaríamos de vender centenas de milhares de cópias deles, mas eu acho que, da maneira como estamos, temos mais espaço para nos mexermos. Não temos mais que alimentar a besta de centenas de empregados em vários lugares, como no passado. Nós aprendemos as nossas lições, e encontramos uma oportunidade única de manter esse legado e continuar em frente", disse Shallbetter.
Daqui pra frente, a Atari deve ficar mais focada em criar games incríveis e experiências robustas, como citou o funcionário, que ainda finalizou comentando uma frase do CEO: "Por Deus, vamos fazer isso certo. Nós vivemos e respiramos tudo isso".
Fonte: Bj
