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    Crítica: The Last Naruto: O Filme


    Naruto com certeza já traz sentimentos de nostalgia para muitos jovens e recém-adultos. O anime, quando começou a ser exibido por nossas terras, já pegava carona no hit que tinha se tornado através da “era fansuber”. Apesar das oscilações nas exibições, é inegável que a TV fez ampliar o público, vidrando crianças e adolescentes que descobriram aí aquele que, até o momento, tavez tenha senha o último grande sucesso japonês em termos de licenciamento e impacto cultural no Brasil. Apesar da sensação que causou, a exibição dos últimos episódios da primeira série foi um tanto torta na TV paga e aos poucos o título foi sumindo. Assim, durante anos, os fãs ficaram sem acompanhar a continuação da saga de forma legal.

    Chegamos em 2015 e Naruto parece que finalmente conquistou uma atenção maior no país. Netflix e Claro Vídeo começaram a disponibilizar a fase Shippuden por streaming, o mangá, finalizado no Japão, terá seu fim também aqui no Brasil pela Panini em breve e ainda conseguimos o privilégio de ter um filme de Naruto nos cinemas nacionais: The Last Naruto: O Filme.



    pôster nacional do filme 

    A chegada do filme aos cinemas nacionais foi bastante pedida pelos fãs porque não era simplesmente um filme comum da série. É uma produção que nos traz uma história entre os acontecimentos do penúltimo e último capítulos do mangá e exclusiva para as telonas. Mais precisamente, o enredo começa dois anos depois do término do penúltimo capítulo do mangá. Naruto já é reconhecido como um herói na Aldeia da Folha e arredores, tanto que agora é assediado por várias meninas que lhe entregam presentes, doces e até mesmo cartinhas de amor. A situação está pacata, não há mais guerras, porém há uma ameaça maior: a Lua está em rota de colisão com a Terra ameaçando a destruição de toda a humanidade. Dessa confusão, Hanabi Hyuuga é sequestrada e cabe aos heróis Naruto, Hinata, Sakura, Shikamaru e Sai salvarem a garota ao aviso prévio de Kakashi que o sequestro possivelmente tenha relação com a ameaça de destruição do planeta.

    A partir disso temos o desenrolar de um enredo de aventura, lutas e uma relação de amor que perdura desde a fase clássica do anime. Podemos dizer que é uma história de amor e sobre como ele pode mover as pessoas, principalmente o modo que se manifesta entre Naruto Uzumaki e Hinata Hyuuga.

    Posso facilmente afirmar que os melhores momentos do filme não são lutas, não é o desenvolvimento do vilão, não é Lua querendo cair na Terra, nem nada disso. Os melhores momentos são como a relação do casal principal é apresentada e construída, já que no mangá e anime isso ficou bem a desejar. O geral do filme é quase como um dos arcos filler da série de TV, mas ainda assim consegue mexer com a mitologia da história principal — aliás, ajuda a entender algumas coisas sobre a reviravolta dos capítulos finais do mangá.



    Uma coisa bem interessante disso tudo é a facilidade que há em absorver o longa, mesmo se você não acompanhou a série até o final. Dentro do filme há alguns trechos de recapitulação da história original que auxiliam o entendimento do intuito do enredo, monitorado pelo próprio Masashi Kishimoto (criador do mangá). Mas não precisam se preocupar, não é um enorme flashback de toda a história.

    O grande problema do filme já foi comentado: o fato de não ter um desenvolvimento bom da história em si. O vilão, Toneri, acaba não sendo visto como grande coisa. Além disso, algumas partes acontecem de maneira confusa, outras de forma rápida demais, o que pode fazer com que algo escape de alguns espectadores. Dá pra entender, contudo é inegável que é estranho.

    As lutas têm seus altos e baixos. As melhores batalhas acabam sendo as contra “capangas” e as mais fraquinhas são contra o vilão principal. Uma coisa boa de todas elas é o fato de estarem fluindo muito bem na animação. Falando nisso, esta funciona bem durante quase o todo o filme. A primeira cena do filme é um show para os olhos em questão de beleza técnica, assim como em grande parte das cenas de mais ação. Em contrapartida, é perceptível a queda de qualidade aqui e ali, mas nada que atrapalhe muito.

    Ainda sobre a parte técnica, a trilha sonora apresenta uma mixagem das trilhas originais do anime e se encaixa muito bem nas cenas. Isso traz aquele sentimento legal de nostalgia, mesmo que a grande maioria das trilhas mais marcantes não estejam presentes. A música dos créditos é absolutamente linda e casa muito bem com tudo que nos é apresentado.




    A dublagem brasileira mantém os padrões da fase clássica que foi exibida no Brasil pela Cartoon Network e pelo SBT. A versão flui bem, trazendo os dubladores originais. Toneri, o vilão, tem sua personalidade muito bem apresentada na voz de Diego Lima. Outro destaque é para a dublagem de personagens que aparecem em fases mais avançadas de Naruto Shippuden, o que nos dá uma palinha do que vai ter por aí com o lançamento de mais episódios dublados da série. O que pode incomodar um pouco na adaptação são justamente as vozes dos dois personagens mais participativos do filme. Talvez a memória da juventude engane os ouvidos, mas a voz de Úrsula Bezerra ao interpretar Naruto parece forçada ao tentar um tom de mais maturidade. Quanto à dublagem de Flávia Narciso (Hinata), a personagem acaba não ajudando tanto. É notável como o tom mais maduro em Hinata ficou bem feito. O problema é a inexpressividade em exagero, fazendo com que alguns diálogos ocorram de forma estranha.

    Conclusão 

    The Last Naruto: O Filme é uma produção que trouxe muitas expectativas para os fãs. Cumpriu todas elas? Talvez não, todavia não deixa de ser uma sessão divertida no cinema. Chamar amigos ou família, mesmo que não sejam íntimos da série, é válido. Para aqueles que já curtiram bastante a animação e querem uma dose de nostalgia, é uma ótima pedida. Os que sempre torceram para o casal Naruto e Hinata com certeza vão se deliciar nos cinemas. Talvez o filme só peque para os grandes fãs que esperavam uma história épica para o encerramento, mas até mesmo esses podem se render a ver o ninja loiro nas telonas. Por mais que tenha seus pontos baixos, assistir dublado também é uma opção viável, mas, para quem realmente não considera essa opção, é bom lembrar que também haverão cópias legendadas nos cinemas.

    A estreia nacional está marcada para o dia 28 de maio. Clique aqui e assista ao trailer dublado.

    Festival Naruto Relembrando para os leitores que a PlayArte estará organizando nos dias 16, 17, 23 e 24 de maio um aquecimento para o lançamento do filme no Brasil exibindo os doze primeiros episódios de Naruto Shippuden em sessões especiais. Mais informações aqui.

    Fonte: jbox

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