Mais um relançamento vem aí, e com ele a oportunidade de traçarmos um panorama do mercado atualmente
A próxima novidade da JBC para o mercado será o relançamento do especial focado no jovem aprendiz do dojo Kamiya. A Sakabatou de Yahiko é uma história em 48 páginas publicada pela primeira vez no Brasil nos anos 2000, logo após a serialização de Samurai X.
Formato, papel utilizado e outras informações ainda não foram divulgadas, mas deverão ser nas próximas semanas, já que o título irá para as bancas até agosto.
Já as novels de Rurouni Kenshin - também publicadas no passado pela JBC - estão sem previsão de relançamento, assim como Kenshin KADEN. Vale lembrar que essas obras relacionadas já foram publicadas em offset com um acabamento mais trabalhado no passado pela editora.
Relançamentos
A JBC foi a primeira editora a lançar um mangá no Brasil pela terceira vez com Os Cavaleiros Do Zodíaco. Apesar da Panini ter vindo logo em seguida com Dragon Ball, a editora italiana só conseguiu esse feito com Naruto, já que a segunda edição brasileira do mangá de Goku não foi concluída pela Conrad.
Os relançamentos parecem ser muito bem-vindos: é a chance de um novo público colecionar, e a chance dos compradores de segunda viagem adquirirem a obra com uma qualidade maior. Além de, claro, garantirem cifras para os cofres da editoras, caso contrário não seriam republicados.
Hoje temos as duas maiores editoras do mercado relançando no total cinco mangás, e isso desconsiderando títulos abandonados anteriormente por outras (One Piece). Em breve, se juntam a eles Naruto Gold e Hellsing, totalizando sete repetecos.
Não é pouca coisa, mas também não é um comportamento exclusivo do mercado brasileiro. A própria Panini italiana já está na quarta publicação do mangá do ninja loiro, e a Planeta di Agostini na já sem número de Dragon Ball.
A questão é que essa zona de conforto das editoras, se continuar nessa curva crescente, tende a tirar do consumidor oportunidades, como já tirou. No ano passado, a JBC prometeu - antes de anunciar Tom Sawyer - um shoujo, e ninguém imaginava que a chance de um título inédito seria dada à republicação de Rayearth.
Hoje o mercado já vê que o que mais ocupa as prateleiras de inéditos são obras curtas e que muitas vezes o público nunca teve nenhum tipo de contato. Exemplificando, Tom Sawyer mesmo é uma obra conhecida, mas sua versão mangá talvez não. Outros exemplos de curtos, desconhecidos e inesperados são Highschool of the Head, Planetes e Eien No Zero.
Claro, muitos desses são bem-vindos. Este que vos escreve, por exemplo, pretende colecionar Planetes e Eien No Zero. Mas a problemática é que o mercado parece só estar se atentando aos relançamentos e obras curtas.
Dos mais de 20 mangás anunciados para 2015 da JBC, apenas Terra Formars é um título que ainda está em andamento no Japão. Já a Panini ainda não anunciou nenhum mangá em andamento até então para o ano corrente, desconsiderando Aoharaido que chegou aqui ao mesmo tempo que foi concluído no Japão. A última empreitada da italiana se deu com Assassination Classroom e Kuroko's Basketball em julho do ano passado.
Se traçarmos um panorama do mercado antes do relançamento de Sakura Card Captors e dele após isso, nos dias de hoje, veremos que o comportamento das editoras mudou bastante. Mas mudou porque elas acharam uma fórmula conveniente de equilibrar a balança, ou porque hoje o brasileiro consome mangá de forma diferente?
A questão do digital
Não. Não é difícil hoje você ter acesso ao título que desejar, na hora que quiser. Seja no computador, Kindle ou celular, e isso tudo sem desembolsar um centavo. Não a toa a bola de uma plataforma digital de mangás vem sendo cantada há algum tempo, ao menos pela JBC que revelou ainda em 2013 ter planos sobre isso.
Essa mudança de estratégia das editoras pode sim ter um fundo de base na difusão digital de mangás, por mais que exista uma fatia de público que prefira os físicos aos virtuais. Em 2012, por exemplo, a JBC trouxe duas obras que fizeram relativo sucesso quando tiveram anime lançados: Mirai Nikki e Another.
Sem exibição via streaming no Brasil ou lançamento na TV, só havia uma forma do público acompanhar tais séries: pelo mesmo instrumento que a editora utilizou para medir o sucesso dessas oportunidades, a internet.
Talvez seja cedo para dizer ou afirmar quais são os (reais) motivos e intenções dessa reconfiguração de mercado. Por um lado, podemos apenas pensar que as editoras investem naquilo que é retorno garantido ou que traz baixo risco. Por outro, que os relançamentos realmente são novas oportunidades do público adquirir clássicos com diferenciais. Mas o que precisamos e queremos, mesmo, é que as portas para novas iniciativas e nichos não sejam fechadas.
Fonte: Crunchyroll
A próxima novidade da JBC para o mercado será o relançamento do especial focado no jovem aprendiz do dojo Kamiya. A Sakabatou de Yahiko é uma história em 48 páginas publicada pela primeira vez no Brasil nos anos 2000, logo após a serialização de Samurai X.
Formato, papel utilizado e outras informações ainda não foram divulgadas, mas deverão ser nas próximas semanas, já que o título irá para as bancas até agosto.
Já as novels de Rurouni Kenshin - também publicadas no passado pela JBC - estão sem previsão de relançamento, assim como Kenshin KADEN. Vale lembrar que essas obras relacionadas já foram publicadas em offset com um acabamento mais trabalhado no passado pela editora.
Relançamentos
A JBC foi a primeira editora a lançar um mangá no Brasil pela terceira vez com Os Cavaleiros Do Zodíaco. Apesar da Panini ter vindo logo em seguida com Dragon Ball, a editora italiana só conseguiu esse feito com Naruto, já que a segunda edição brasileira do mangá de Goku não foi concluída pela Conrad.
Os relançamentos parecem ser muito bem-vindos: é a chance de um novo público colecionar, e a chance dos compradores de segunda viagem adquirirem a obra com uma qualidade maior. Além de, claro, garantirem cifras para os cofres da editoras, caso contrário não seriam republicados.
Hoje temos as duas maiores editoras do mercado relançando no total cinco mangás, e isso desconsiderando títulos abandonados anteriormente por outras (One Piece). Em breve, se juntam a eles Naruto Gold e Hellsing, totalizando sete repetecos.
Não é pouca coisa, mas também não é um comportamento exclusivo do mercado brasileiro. A própria Panini italiana já está na quarta publicação do mangá do ninja loiro, e a Planeta di Agostini na já sem número de Dragon Ball.
A questão é que essa zona de conforto das editoras, se continuar nessa curva crescente, tende a tirar do consumidor oportunidades, como já tirou. No ano passado, a JBC prometeu - antes de anunciar Tom Sawyer - um shoujo, e ninguém imaginava que a chance de um título inédito seria dada à republicação de Rayearth.
Hoje o mercado já vê que o que mais ocupa as prateleiras de inéditos são obras curtas e que muitas vezes o público nunca teve nenhum tipo de contato. Exemplificando, Tom Sawyer mesmo é uma obra conhecida, mas sua versão mangá talvez não. Outros exemplos de curtos, desconhecidos e inesperados são Highschool of the Head, Planetes e Eien No Zero.
Claro, muitos desses são bem-vindos. Este que vos escreve, por exemplo, pretende colecionar Planetes e Eien No Zero. Mas a problemática é que o mercado parece só estar se atentando aos relançamentos e obras curtas.
Dos mais de 20 mangás anunciados para 2015 da JBC, apenas Terra Formars é um título que ainda está em andamento no Japão. Já a Panini ainda não anunciou nenhum mangá em andamento até então para o ano corrente, desconsiderando Aoharaido que chegou aqui ao mesmo tempo que foi concluído no Japão. A última empreitada da italiana se deu com Assassination Classroom e Kuroko's Basketball em julho do ano passado.
Se traçarmos um panorama do mercado antes do relançamento de Sakura Card Captors e dele após isso, nos dias de hoje, veremos que o comportamento das editoras mudou bastante. Mas mudou porque elas acharam uma fórmula conveniente de equilibrar a balança, ou porque hoje o brasileiro consome mangá de forma diferente?
A questão do digital
Não. Não é difícil hoje você ter acesso ao título que desejar, na hora que quiser. Seja no computador, Kindle ou celular, e isso tudo sem desembolsar um centavo. Não a toa a bola de uma plataforma digital de mangás vem sendo cantada há algum tempo, ao menos pela JBC que revelou ainda em 2013 ter planos sobre isso.
Essa mudança de estratégia das editoras pode sim ter um fundo de base na difusão digital de mangás, por mais que exista uma fatia de público que prefira os físicos aos virtuais. Em 2012, por exemplo, a JBC trouxe duas obras que fizeram relativo sucesso quando tiveram anime lançados: Mirai Nikki e Another.
Sem exibição via streaming no Brasil ou lançamento na TV, só havia uma forma do público acompanhar tais séries: pelo mesmo instrumento que a editora utilizou para medir o sucesso dessas oportunidades, a internet.
Talvez seja cedo para dizer ou afirmar quais são os (reais) motivos e intenções dessa reconfiguração de mercado. Por um lado, podemos apenas pensar que as editoras investem naquilo que é retorno garantido ou que traz baixo risco. Por outro, que os relançamentos realmente são novas oportunidades do público adquirir clássicos com diferenciais. Mas o que precisamos e queremos, mesmo, é que as portas para novas iniciativas e nichos não sejam fechadas.
Fonte: Crunchyroll