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    The Witcher 3: Wild Hunt Um dos melhores e mais completos jogos já produzidos (+GOTY 2015)


    Depois de alguns adiamentos, o jogo mais aguardado de 2015 enfim chega para acalmar os mais ansiosos de nós - e eu certamente estou nesse grupo. Produzido pela talentosa produtora polonesa CD Projekt RED, "The Witcher 3: Wild Hunt" chega para assumir o trono como o melhor e mais completo game até agora disponível nesta geração de consoles. Mas não é só isso: este é também um dos mais completos, envolventes e orgânicos jogos de mundo aberto já pensados para um RPG ocidental, em que tudo funciona de forma tão bem estruturada e pensada que é praticamente impossível encontrar falhas. O resultado é uma experiência absurdamente divertida, marcante e, sobretudo, inesquecível.

    Abaixo você confere a análise de "The Witcher 3: Wild Hunt", baseado na versão para Playstation 4. O título também está disponível para PC e Xbox One.

    Um bruxo poderoso numa jornada épica difícil de ser largada

    A história de "The Witcher 3" mostra a jornada de Geralt de Rívia, o conhecido protagonista da franquia, na busca por Ciri, sua pupila desaparecida que está correndo grande perigo. Na mira da temida Caçada Selvagem, a moça guarda um poder oculto que, se cair em mãos erradas, pode acabar com tudo o que existe no mundo. Ao longo das mais de 150h de aventura recheada de momentos épicos e passagens com reviravoltas mirabolantes, o jogador esbarra com centenas de personagens, não apenas na campanha principal, mas também nas dezenas de side-quests que aparecem pelo caminho. E aqui já aparece um dos pontos mais legais do enredo do jogo.


    A trama é bem construída tanto nos acontecimentos centrais quanto nos secundários. Basta iniciar qualquer conversa para testemunhar as personalidades bem demarcadas dos nativos que habitam o gigantesco mapa do jogo. É dessa forma que você passa a conhecer seus anseios, medos, frustrações, suas barbáries, rotinas de vida, condutas sexuais e condições financeiras. Alguns dos personagens secundários, inclusive, conseguem se destacar tanto quanto os principais. Pouquíssimos jogos conseguem chegar a esse nível de comprometimento. "The Witcher 3" faz isso com maestria, sem nunca ofuscar o brilho dos personagens que realmente importam.

    Um outro aspecto bastante interessante na história são as opções de escolha durante os diálogos que, de fato, influenciam e interferem em todas as ações de Geralt, incluindo seus aliados (permanentes ou temporários) e inimigos (sejam humanos ou feras racionais). Em outras palavras, você está constantemente moldando o mundo ao seu redor. Dependendo da sua conduta, você pode se fazer ser notado como um mero bom moço, desfazendo a má reputação pela qual os bruxos são comumente conhecidos. Ao mesmo tempo, também pode bancar o destemido e ser impiedoso, sendo constantemente evitado pela população e atacado por grupos desconhecidos. As duas vertentes servem para concluir o jogo - e a saga -, mas diferem no tipo de tratamento e na força das alianças que o protagonista constrói na história.



    Fora isso, quem não jogou os games anteriores não precisa se preocupar em ficar perdido em "The Witcher 3". Seja na campanha ou nas missões paralelas, o jogador coleta centenas de arquivos, livros, pergaminhos, cartas e mensagens de aviso que ajudam a explicar e contextualizar exatamente o que acontece naquele mundo grandioso. Aos poucos você aprende mais sobre cada uma das raças de monstros, os elementos da natureza, as condições sócio-político-econômicas de cada reino e detalhes pessoais de cada um dos personagens mais significativos da trama. A imersão vai se construindo com cadência e exatidão exemplares, não sobrecarregando o jogador com uma avalanche de informações jogadas gratuitamente na tela. Quando menos esperar - e você nem vai sentir a transição desse processo, de tão natural que ela ocorre - estará totalmente sugado pela absurda sensação de estar vivenciado aquele universo em vício pleno.

    O ápice do RPG ocidental numa jogabilidade diversificada e profunda

    A jogabilidade "The Witcher 3: Wild Hunt" traz tudo o que existe de melhor em um típico RPG ocidental: exploração minuciosa pelos cenários, batalhas desafiantes com movimentação livre, acúmulo de pontos de experiência para evoluir o seu personagem e recolhimento (loot) de itens para criar novas armas e equipamentos. Basicamente é isso o que você vai fazer durante toda a aventura. Mas, aqui, a experiência de jogo é elevada a um nível muito superior de envolvimento que poucos games, inclusive do mesmo gênero, conseguem ter e, sobretudo, divertir.

    As missões da campanha solo são melhor desenvolvidas, necessitando de muitas horas para completá-las. Consequentemente, a recompensa vem em maior quantidade de experiência. Já as missões secundárias se desdobram numa imensidão de atividades que rendem experiência variada. Você tem acesso a elas quando coleta bilhetes ou cartas, lê quadros de avisos, conversa com NPCs aleatórios ou simplesmente caminha pelos cenários. Você pode ajudar algum necessitado ou negá-lo à própria sorte, derrotar alguma fera que arruina o turismo local ou apenas saquear o lugar e partir, resolver algum mistério de um desaparecimento, brigar mano a mano com algum tirano ou se aliar a e ele para ter mais poder e influência naquela região.



    Acumular certa quantidade de experiência garante um novo nível e, com isso, um ponto de habilidade para gastar entre 4 categorias: Combate, Sinais, Alquimia e Habilidade. No total, são 80 tipos de habilidades diferentes, sendo que a maioria delas ainda tem níveis próprios que, uma vez aperfeiçoados, garantem benefícios extras à habilidade primária já desbloqueada. Você é livre para investir seus novos pontos de habilidade da maneira que quiser, mas sempre precisa respeitar a quantidade de pontos que é pedida para ativá-la. Por exemplo: uma habilidade simples demanda apenas um ponto de habilidade (um nível), ao passo que as mais poderosas, em último nível, chegam a pedir até 30 pontos de habilidades, ou seja, 30 novos níveis para o personagem, o que demanda muitos pontos de experiência e centenas de horas de jogo adentro.




















    Você consegue esses itens pilhando qualquer tipo de estrutura interativa no game, seja uma caixa de madeira, um barril, um cadáver, carroças quebradas, revistar casas, moradias inteiras, passagens secretas em cavernas ou castelos isolados em algum ponto extremo do mapa. Uma vez que tenha os materiais reunidos, não basta ir até um ferreiro ou um armeiro para criar o que você deseja, é preciso obter os diagramas com as suas respectivas fórmulas para adquirir o conhecimento específico para forjá-los. E você só consegue isso adivinha fazendo o que? Explorando muito os cenários do game. O mesmo acontece com a Alquimia do jogo: dos itens mágicos às poções de transformação, tudo depende de uma fórmula específica que você primeiro precisa encontrar para depois ver se tem os itens correspondentes e suas quantidades para, enfim, poder criá-los.

    Finalmente, todas essas características juntas influenciam diretamente nos combates. O controle sobre Geralt é em terceira pessoa, com possibilidade de desvio lateral, frente e trás, sempre com movimentação livre da câmera. As lutas demandam estratégias antes mesmo de começar: você precisa avaliar o adversário, conhecer suas fraquezas e usar uma combinação de ataques rápidos com fortes e magias para se dar bem. Com sorte, você ainda terá algumas poções já estocadas que darão vantagens preciosas e, se estiver em um bom nível e tiver usado com sabedoria seus pontos de habilidade, irá potencializar suas chances de vitória. Desafio constante e uma sensação única de dever cumprido aguardam os que o mais se arriscarem em "The Witcher 3".,



    Percebeu a extensão, a complexidade e a profundidade do gameplay da sua jornada? Parece intimidador num primeiro momento, mas não se preocupe: "The Witcher 3" dá uma aula em como manter o jogador sempre interessado na aventura, em que tudo é tão bem estruturado, organizado e conectado na mecânica você nunca se sentirá perdido ou colocado subtamente a escanteio. Você é a peça mais importante daquele universo e, como tal, verdadeiramente tem o comando total sobre ele. Você só precisa dar o primeiro passo e, sem qualquer vontade olhar para trás, não vai querer sair tão cedo deste mundo tão rico, orgânico e completo.

    Espetáculo visual: mundo gigantesco rico em detalhes e extremamente bem construído

    "The Witcher 3" é também um espetáculo visual do começo ao fim. Os cenários do jogo são grandiosos, populados na medida exata e extremamente bem construídos, do tipo que constantemente convidam o jogador a explorar, por impulso automático da curiosidade interminável, cada cantinho daquele universo absurdamente rico em detalhes. As paisagens variam de grandes plantações a pastos imensos, de cadeias de montanhas com neve a densos pântanos, de cavernas profundas a florestas, rios e lagos que camuflam grandes segredos e perigos. É simplesmente impossível não se sentir imerso na aventura e acreditar que você realmente está influenciando na maneira como aquele vasto mundo está aos poucos sendo moldado e se desenvolvendo conforme as suas ações.



    "The Witcher 3" também esbanja capricho com flora e fauna bastante completas. Passeando pelos gigantescos mapas do jogo, é possível ver uma variedade imensa de espécies de plantas e de animais que deixam a experiência ainda mais orgânica e crível. Das dezenas de espécies de ervas, árvores e arbustos, o jogador também esbarra com matilhas de cães e lobos selvagens, manadas de cavalos, de veados e de ursos que passeiam por grandes terrenos, e ainda com ninhadas de coelhos e de pássaros que se espalham pelas planícies e pelos ceús do game. Fora isso, o design dos personagens é ainda bastante convincente e variado, colaborando ainda mais na construção daquele mundo singular e lotado de segredos e experiências para viver virtualmente.




    Mas mesmo com toda essa diversidade e capricho na produção, "The Witcher 3" não está livre de algumas falhas técnicas. Os típicos problemas de jogos de mundo aberto estão aqui: bugs de colisão entre personagens e objetos e elementos que, do nada, somem ou aparecem flutuando na tela sem qualquer explicação. Algumas vezes, esses problemas até mesmo impedem o progresso por simplesmente estarem posicionados no lugar em que não deveriam, forçando o carregamento de um save anterior. Além disso, costumam ocorrer quedas de frames perceptíveis, tanto nas simples cenas de história quanto nos momentos de exploração ou de batalhas, dependendo de quantos elementos estão ativos naquele determinado trecho. Ainda assim, nos fins das contas, nada disso chega a arranhar a qualidade geral do game, garantindo uma experiência absurdamente marcante e altamente divertida.

    Áudio perfeito: trilha sonora épica e mundo que fala português bem

    Outro grande destaque em "The Witcher 3" é a trilha sonora extremamente bem posicionada e orquestrada em todos os momentos da aventura. As composições são bem variadas e replicam toda a dramaticidade ou calmaria das cenas, das mais emocionantes às mais épicas, das mais mórbidas às mais alegres. É simplesmente impossível não se envolver e, com algumas horas de jogo, já é possível guardar algumas delas na cabeça e sair cantarolando/assoviando por aí. Esta é, sem dúvidas, uma das trilhas sonoras mais bem feitas para um jogo.



    As dublagens em português brasileiro também estão sensacionais. E não há riscos de estar errado em dizer que este é, provavelmente, o melhor trabalho de localização já feito em um jogo lançado no Brasil, levando em conta a grandiosidade do título. A variedade de vozes é absurda e diferem, na grande maioria dos casos, de um personagem para outro, sejam os da história principal ou dos aleatórios (NPCs) espalhados pelo mapa. Cada um deles demonstra grande cuidado de interpretação e na intonação com quem falam.




    Mesmo com esse esmero todo, ainda existem pequenos deslizes na localização. São eles: a escolha de algumas vozes para certos personagens, por exemplo, não combinam tanto com a sua aparência, ficando consideravelmente desconexos com suas personalidades. Além disso, alguns trechos soam um pouco artificiais ou são lidos mais rapidamente que outros para se encaixarem no tempo de interação entre as cenas. Houve até um caso específico em que um mesmo personagem trocou de voz durante a aventura, sem mais nem menos. Mas fiquem tranquilos: nada disso influencia na experiência a ponto de torná-la menos imersiva ou incrível.

    Conclusão Das centenas de horas de gameplay que nunca ficam cansativas, passando pelos robustos sistemas de evolução e de fabricação de itens, fechando com os gráficos sensacionais e a trilha sonora perfeita, tudo em "The Witcher 3: Wild Hunt" funciona de maneira tão bem estruturada e organizada que o resultado não seria menos que um jogo que certamente será lembrado para sempre como um melhores RPGs ocidentais já produzidos.

    Nem mesmo as ocasionais falhas técnicas são capazes de arranhar a grandeza deste game incrível, extremamente divertido e que consegue corresponder a todo o hype criado antes do lançamento. Os parabéns vão todos à CD Projekt RED pelo trabalho impecável e o deleite máximo fica todo para nós, jogadores, que temos a oportunidade de desbravar toda a imensidão desta obra de arte eletrônica. Por fim, é realmente necessário dizer que o GOTY 2015 já está ganho por antecipação?


    AVALIAÇÃO:

    História
    9.5
    Jogabilidade
    10
    Gráficos
    9.5
    Áudio
    10

    Nota Final
    10

    Fonte: adrenaline/uol

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